Vicio

image (Memorial de América Latina, San Pablo, 30/4/11)

El fin de semana pasado me fui para esa inmensa ciudad que es San Pablo, 20 millones de habitantes, y fui para el Memorial de América Latina, uno de esos complejos arquitectónicos típicos de Oscar Niemeyer. La cita era darme un gusto, de esos íntimos y que uno sabe que muy poca gente puede entenderlo. “¿No fuiste a ver a U2 a La Plata y te vas a ver a Simone a San Pablo?” , je!, el arte y sus efectos es una ecuación rara, muy rara. Y a mi me encanta esa rareza.
Simone retornaba a San Pablo con su show “Em Boa Companhia”, el que comenzó a girar por Brasil en Río de Janeiro en septiembre de 2009, desde entonces dio origen a un DVD y CD, visitó varios países latinos, como México y Portugal y no estuvo exento de altibajos. El balance es realmente bueno, pero como ya lo he dicho en todas estas crónicas, la Cigarra ya no es parte del mainstream.
De manera inmediata, horas después, ya están en internet trechos del show del sábado. Pongo dos pedazos tomados por diferentes espectadores. El primero es “Alma” (Sueli Costa/Abel Silva) y el otro es, hacia el final del show, “ai, ai, ai, ai” (Iván Lins/Víctor Martins). Apenas termina con el tema de Ivan Lins, comienza a cantar “Chuva, Suor e Cerveja” (Caetano Veloso), como se corta el video, pongo la versión del DVD porque es una interpretación interesante, cantado en un tempo muy diferente al original, revalorizando cada verso.

  

  

La logística para poder asistir al show, las entradas quedaron agotados en un par de días (además el auditorio era pequeño) fue de una periodista amiga, amante de la música y seguidora de Simone de toda la vida. Una amiga que compartió conmigo las peripecias previas al show donde los contratiempos y malos humores presagiaban lo peor. Aún así todo anduvo muy bien, el show del día siguiente fue mejor, según varias opiniones. Casi, por medio de una gestión de Eulalia, tengo un encuentro al final del show con Simone, para mi una vergüenza, jamás hice algo así (excepto pedirle una vez a David Lebón que me deje entrar por la puerta de atrás de un teatro, cosa que me permitió ver a Serú Girán junto con los plomos), pero bueno, Eulalia había dado mi nombre así que ahí estuve. Finalmente sólo pasaron los familiares, que no son pocos, ella tiene 9 hermanos y pocas veces se juntan todos. así que la cantidad de seguidores que quedaron afuera generó una mezcla de comprensión y mal humor que se refleja en las redes sociales, por ejemplo en facebook.
Bueno, un pequeño vicio, fue un pequeño acto de amistad con un artista y ser humano que me impacto desde que conocí y aprendí a querer la música de Brasil.
Vuelvo entonces a la Simone de los 80. Llega “Vicio” (1987).
Posteriormente a los 7 meses de shows con su anterior disco, que se extendió hasta entrado el año 1987, viene, sin pausa, la grabación del nuevo disco, el que sería editado hacia finales de año. No detecto nuevos shows durante 1987. El disco vuelve a ser un buen disco, superando, como tantas veces lo he dicho, ese horrenda producción que se les metía a los discos en los 80. Esta vez la onda es calma y con canciones sólidas.
Algo de la prensa sobre Vicio:

Totalmente Demais
Simone sai da trilha brega e grava um disco lindo, só com músicas lindas. É o Vício.image
Se é você é daqueles que têm apenas os dois ou três primeiros discos de Simone na discoteca, que abandonaram a cantora assim que ela optou pelo brega, prepare-se. VÍCIO (lançamento CBS) é irresistível. Neste final de ano, você certamente vai colocar mais um disco de Simone no seu aparelho de som. Ouvir, ouvir, ouvir e guardá-lo com carinho na sua coleção. Simone não fez mágica em 1987. Não encomendou músicas aos figurões da música popular brasileira, não mudou o look nem optou pelo rap, pelo rock, pelo reggae. Simone simplesmente abandonou a fórmula do sucesso, que vinha seguindo à risca nos últimos anos, nos últimos discos. Uma canção breguinha aqui, uma safadinha ali, um recheiozinho de sambão para contrabalançar. Nada disso. A Simone de 1987, quase 1988, é forte, dentes e músculos, peitos e lábios, letras e músicas.
Para realizar VÍCIO, Simone escolheu dez canções lindas. E resolveu cantá-las da maneira mais simples e bonita possível…
Destas canções, pelo menos quatro são interpretadas magnificamente: Eu sei que vou te amar (com a participação de Tom). Você é linda (com a participação de Milton Nascimento), Me chama e Trocando em miúdos. O capricho do capricho. Vício tem um tom uniforme. Entra música, sai música, fica no ar aquela beleza chamada música popular brasileira. VÍCIO é um trabalho fora de série. Simone fez o que Nara já fez. Gravou um disco especial, sem a preocupação do sucesso nas rádios. Curiosamente, o lado sexy, que vem acompanhando a cantora desde o início da carreira, não deixa de estar presente em VÍCIO. Você vai descobrir, nas letras de Caetano, Tom, Milton e todos esses bambas da MPB, que existem sutilezas até mesmo safadinhas. Mas a categoria, antes de qualquer coisa.
Antônio Villas, O ESTADO DE SÂO PAULO, Quarta-feira, 02- 12–87

O País do Amor
Simone é uma moça curiosa. Ela conseguiu fazer um disco marcante em sua carreira sem criar nada, apenas apostando na onda romântica que bate às portas de nossos corações desenganados…
O disco seria melhor se não houvesse excesso de cuidados, essa aposta no certo. A cortina de cordas que permeia quase todas as faixas deixa tudo muito igual a filme B de Hollywood e Simone não arrisca nada: canta Caetano igual a Caetano, Chico como se fosse Chico e Milton como o mesmo fraseado melódico de Milton.
Descontados esses senões e o mimetismo de Simone, vale a pena dar um pulo na loja mais próxima e comprar VÍCIO … O Lado B começa com Me Chama, de Lobão. Simone nada acrescenta à música além de um clima dark ausente na versão – melhor – de Marina. Como cantora, Simone vai exigir mais de seus recursos vocais na segunda faixa do lado B, talvez a melhor de todo o LP: ela oscila do grave ao agudo em Doce presença. Já Coração ateu é prejudicada pelo arranjo. Tem tanto teclado e corda que fica tudo índio. Cool
Simone volta a crescer em Trocando em miúdos. Ela adapta muito bem o fraseado de Chico a seu espectro vocal, dourado por um arranjo que tem como destaque uma flauta vadia. Já em Cais, o mimetismo da cantora fica mais marcante: ela canta a primeira parte tão parecida com Milton que o ouvinte tem certeza de que ele vai entrar na segunda parte …
Se Simone tem o vício do amor, não tem o hábito da ousadia.
Paulo Adário, 1987

Simone, com força de um grande repertório e ótimos parceiros
Mais contida, Simone reúne os grandes nomes da MPB num disco só de regravações
… Simone confirma ser a grande intérprete que é. E está até, apropriadamente, mais contida nas emoções exageradas que, muitas vezes, tornavam apelativas muitas canções românticas que já cantou.
Antônio O’Lima, JORNAL DA TARDE, quinta-feira, 26-11-87

Un primer tema del disco, “Eu Sei que Vou Te Amar” (Tom Jobim – Vinícius de Moraes) con la participación e piano y vos del propio Tom Jobim.

Otra, “Voce e linda” (Caetano Veloso) a dúo con Milton Nascimento.

Es difícil elegir canciones de este disco. Una más y no jodemos más: Cais(Milton Nascimento/Ronaldo Bastos) nuevamente con Milton Nascimento.

El retorno de Simone a San Pablo permitió su aparición en una serie de programas televisivos muy buenos, coloco dos, donde se puede escuchar muy buena música en un extenso y exquisito programa (Sarau) y los diálogos disparatados que puede sostener en el Programa de Jó, un gran periodista nocturno.

SIMONE | SARAU música e entrevista
‘Os Caminhos de Simone’ realizado por
Globonews, presentación Chico Pinheiro, grabado el 5 de abril y emitido en dos partes, el 12 de abril la primera y el 29 de abril, la segunda.

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Programa de Jó 26/4/11

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1 comentario

  • Más que vicio tiene pinta de regalito, feliz cumple!!
    Ricardo

    Anonymous 7 mayo, 2011